terça-feira, 5 de novembro de 2013

Corações ao peito!



É um texto dedicado aos que ficam mas os que vão também se identificam com ele:

"(...) agora, partem os inteligentes, os doutores, os meninos dos olhos dos seus pais. E, sem nunca desvalorizar as saudades, e o aperto no peito onde o coração português bate pedindo sardinhas e sol de Inverno, eu pergunto: então e quem fica?

Quem fica, espera, desespera, aguenta-se, suspira saudades. Quem conhece a simbologia das chamadas Borboletas de Viana? Estes corações invertidos usados ao peito por tantas moças de faces rosadas e bravos feitios do Norte de Portugal guardam em si a mais singela e intensa das mensagens: coração que vai e coração que fica. E não é que ainda hoje continua a ser assim, mesmo com toda a parafernália electrónica a nosso dispor que ajuda (ou vai ajudando) a enganar as saudades?"


" (...) pois se há pessoas cuja ausência se torna suportável e até necessária, outras há, em que a simples falta daquela companhia de todas as horas muda o sabor do pastel de nata que já não é comido com o mesmo gosto. Sei lá, há coisas que já não sabem ao mesmo. Acho que é como diz o da cantiga: só conhecemos a falta de quem nos está perto quando estes deixam de estar."
Texto de Sara Fernandes

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