É um texto dedicado aos que ficam mas os que vão também se identificam com ele:
"(...) agora, partem os inteligentes, os doutores, os meninos dos olhos dos seus pais. E, sem nunca desvalorizar as saudades, e o aperto no peito onde o coração português bate pedindo sardinhas e sol de Inverno, eu pergunto: então e quem fica?
Quem fica, espera, desespera, aguenta-se, suspira saudades. Quem
conhece a simbologia das chamadas Borboletas de Viana? Estes corações
invertidos usados ao peito por tantas moças de faces rosadas e bravos
feitios do Norte de Portugal guardam em si a mais singela e intensa das
mensagens: coração que vai e coração que fica. E não é que ainda hoje
continua a ser assim, mesmo com toda a parafernália electrónica a nosso
dispor que ajuda (ou vai ajudando) a enganar as saudades?"
" (...) pois se há pessoas cuja ausência se torna suportável e até necessária,
outras há, em que a simples falta daquela companhia de todas as horas
muda o sabor do pastel de nata que já não é comido com o mesmo gosto.
Sei lá, há coisas que já não sabem ao mesmo. Acho que é como diz o da
cantiga: só conhecemos a falta de quem nos está perto quando estes
deixam de estar."
Texto de Sara Fernandes
só quero dizer que me fizeste chorar!
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